Célio Zangalli Neto

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Androide zumbi capítulo 8

Típico Amanhecer da Bebida Destilada

O peso do vinho da noite anterior latejava em sua cabeça enquanto ela piscava para focar no ambiente ao seu redor.

Lena acordou ao lado de Rylan, ambos estavam sem roupa, cada um deitado em um lado da cama. Antes que ele acordasse, ela pegou o vestido no chão da loja.

Um androide não infectado a olhava vestir a roupa.

— Rylan, acorde.

Ao vê-la, um sorriso abriu em seu rosto.

— Bom dia. Estou no céu? O que um anjo quer de mim?

— Você não está no céu. Eu te acordei porque um androide pediu informações que eu não tinha.

Rylan virou para o lado, o androide olhou para ele.

— Não é comum pessoas invadirem a loja — disse Lena.

— Talvez seja, vivemos tempos estranhos. O que não é comum, é pessoas invadirem a loja para… — dizia Rylan até ser interrompido.

— Calado! Nem mais uma palavra. Não quero ouvir nada a respeito.

Ambos sorriram, Rylan recolheu suas roupas jogadas pelo chão e vestiu-se.

— Por favor, cobre todos os valores na minha conta — disse ele olhando para o androide.

— Sim, caso precisem de mais alguma coisa, estou à disposição — respondeu o androide.

Saíram da loja andando no rumo do salão onde Lena se arrumou para o jantar. Com exceção de alguns androides de manutenção, as ruas estavam vazias. Rylan parecia despreocupado, mas carregava a doze.

— Minha cabeça dói — disse Lena.

— Quase uma garrafa de vinho, não esperava menos.

Com dificuldade, mantinha os olhos abertos. Mesmo com a limitação causada pela bebedeira, ela pensava em seus colegas do alojamento.

— O que você acha de mudar o pessoal do parque para cá?

— Seria ótimo, mas eu não posso afirmar que eles permanecerão sem contaminação. Seria horrível se isso acontecesse com eles aqui.

Ao chegar perto do salão de beleza, Lena parou.

— Me espere aqui, volto em alguns minutos.

Rylan foi até a moto e sentou para aguardar.

Após entrar, ela trocou de roupa e olhou para os androides desligados, tão inofensivos. Ao sair aproximou-se da moto.

— O que você descobriu sobre a infecção?

— Quase nada, tenho minhas pesquisas anotadas em casa.

— Me mostre quando chegarmos — disse pronta para subir na garupa.

Rylan sorriu, posicionou-se melhor na moto e esperou que ela subisse para dar partida.

O caminho foi tranquilo, direto para o galpão que ele chamava de casa. Ao entrar, Lena pediu os papéis para começar o estudo.

A mesa de centro que usaram para comer a sopa de batata se transformou em suporte para a papelada. Rylan trouxe várias caixas com folhas, os papéis estavam cheios de cálculos, diagramas e anotações rabiscadas, como se ele tivesse começado inúmeras vezes sem conseguir encontrar um fio condutor.

— Por onde começo? — perguntou Lena perdida entre as informações.

— Por onde quiser, minhas pesquisas não chegaram a lugar nenhum.

Ela separava os papéis pelas datas, achou que seria mais fácil acompanhar todo o progresso pela cronologia temporal, mas vários não tinham a indicação de tempo. Após horas separando as fichas, perguntava a si mesma se aquilo era o melhor a ser feito. Lena pensava em sua sobrinha, ‘se eu errar, falho com ela também’. Sentiu o peso da responsabilidade apertar em seu peito.

— Às vezes me sinto impotente, mas quando lembro que o futuro da Valentina depende de mim, eu ganho força para continuar.

— Ela tem sorte de ter alguém como você.

— Seria pedir muito que você me buscasse no alojamento todos os dias?

Lena olhava para Rylan com um rostinho meigo.

— Seria, mas faço qualquer coisa por você.

Sorrisos abobalhados.

— Então vamos? Gostaria de almoçar lá hoje.

— Vamos.

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( ͡~ ͜ʖ ͡°)