Célio Zangalli Neto

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Androide zumbi capítulo 6

Bairro de Luxo

O mato tomava conta do local, se o intuito era parecer o mais próximo da vida selvagem, Lena achava que o parque cumpria a proposta. Conforme se aproximavam do acampamento, o alívio tomava conta de seus pensamentos.

Na entrada, Rylan desligou a moto e abaixou o pezinho. Ao ver o vigia de fuzil andando em sua direção, Lena tirou a mochila das costas e entregou para ele.

— Hector, entregue para a doutora, são os medicamentos que ela pediu.

Sem demora, ele partiu. Enquanto entravam, a luz do dia revelou para Rylan o número de barracões. Havia, pelo menos, vinte no total. Ao vê-la, Valentina correu e a agarrou, dizia frases curtas enquanto chorava, como: “Nunca mais deixarei você sair. Você prometeu que estaria comigo para sempre.”

Lena já esperava uma reação assim, afinal elas eram as últimas sobreviventes da família. Valentina usava seu colo como travesseiro e não demonstrava sinais de que levantaria.

De longe, observou que a Dr.ᵃ Parker limpou e deu alguns pontos no ferimento de Rylan, de fato não parecia nada grave, mas precisou de alguns cuidados. Enquanto fazia o curativo, ela parecia feliz, quem no lugar dela não ficaria assim ao receber aquela mochila cheia de medicamentos.

Hector se juntou a ele em uma longa conversa a respeito de armas.

Muitas dúvidas surgiram em sua cabeça, mas sua maior angústia era não saber o dia do encontro. Assim que Valentina saiu de seu colo, ela aproximou-se de Rylan.

— Desculpe interromper, mas jantaremos juntos hoje?

Assim que ouviu, Hector sorriu ao entender aquela mensagem enigmática. Era bom saber que alguns costumes antigos ainda estavam presentes, Lena se sentia deslocada em pensar em um encontro no meio daquele horror.

— Sim, Valentina permitiu que você saísse?

— Ainda não, mas acho que, com uma hora implorando, Valentina me permitirá sair.

Assim que a viu, sua sobrinha queria voltar ao colo, ela não queria que a tia saísse do acampamento. Lena sentia pesar ao se colocar no lugar da sobrinha, mas havia dúvidas que precisavam ser sanadas. Depois de algumas dezenas de promessas de que voltaria em breve, Valentina permitiu que ela saísse outra vez. Por sorte, ainda era dia.

Aproveitando o horário, Rylan foi para o bairro de luxo. Apesar de dizer que era tranquilo e estava livre de contaminação, mantinha a doze sempre ao lado. Um espaço amplo com ruas largas, ela nunca esteve em um lugar como aquele. Prédios luxuosos, algumas estátuas, muito diferentes do restante da cidade. Os sinais de caos também eram menores, nenhum corpo jogado pela rua.

Rylan estacionou no edifício ao lado do restaurante.

— Onde estamos?

— Me acompanhe, quero te apresentar duas amigas.

Eles entraram por uma porta arrombada, sinais de desordem. A doze sempre em punho deixava Lena inquieta.

Rylan acendeu as luzes, o ambiente parecia um salão de beleza vazio.

— Shirley! Sharley! Vocês estão aqui?

Duas androides apareceram, ambas humanoides, porém metálicas. Shirley tinha detalhes em verde-claro, enquanto Sharley era rosada. Ambas pareciam amistosas, porém a tesoura na mão de uma delas deixou Lena apreensiva.

Ao perceber o incômodo, Rylan interveio.

— Sem tesoura, nada de corte. Quero que a preparem para um jantar essa noite.

A androide guardou a tesoura e se aproximou de Lena, olhava para ela conferindo cada detalhe.

— Com licença — disse Shirley.

Ainda com receio, ela permitiu que a androide tocasse em seu cabelo. Retirou o elástico para deixá-lo cair.

— É hoje o jantar?

— Sim, essa noite — disse Rylan.

— Vou precisar de um milagre — respondeu Shirley diante do desafio.

— Você consegue, é a melhor que já foi fabricada, volto assim que terminarem.

Ao perceber que ele partiria, Lena segurou sua mão. Rylan olhou para ela, imaginando o desconforto que sentia.

— Meninas, eu quero que obedeçam às ordens de Lena e sejam amistosas com ela.

As duas androides concordaram, e ao se sentir mais segura, Lena soltou sua mão. Enquanto Rylan partia, Shirley a levou para uma poltrona e começou os preparos em seu cabelo.

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( ͡~ ͜ʖ ͡°)