Célio Zangalli Neto

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Androide zumbi capítulo 15

Estaca Zero

O sono não a ajudou como ela previu, Lena acordou mais exausta do que foi dormir. Uma passada rápida pelo banheiro e saiu do quarto. Ao abrir a porta ficou frente a frente com Morgan que limpava o corredor.

— Bom dia, Dr.ᵃ Lena, como posso ajudar? Gostaria de café com pouco açúcar?

Ela fitava o androide sem entender, lembranças do dia anterior saltavam em seus pensamentos, pareciam exigir que ela fugisse.

— Bom dia, Lena, dormiu bem? — perguntou Rylan.

— Sim, pode me levar no alojamento?

— Claro, se quiser um café primeiro estou à disposição. Você está com uma cara horrível, pelas olheiras eu diria que não dormiu na noite passada.

— Tudo bem, minhas olheiras já estiveram piores — disse Lena fingindo normalidade.

Morgan continuou a limpar o corredor, aquilo a intrigava.

— Te espero ao lado da moto — disse Lena.

Ela andou para fora do galpão, em pouco tempo Rylan apareceu com a doze como de costume. Sentou-se na moto e Lena montou na garupa.

Em seus pensamentos mais íntimos, ela acreditava que era hora de ficar ao lado da sobrinha enquanto refletia a respeito das descobertas.

A entrada do parque estava um pouco diferente, talvez alguém tenha cortado alguns galhos. O caminho foi limpo, isso facilitava uma direção simples e sem manobras. A presença de fumaça acendeu todos os alertas possíveis e Lena pediu que o motorista se apressasse.

Rylan seguiu o mais rápido que pôde, à medida que aproximava ficava mais nítido que a fumaça vinha do alojamento. O primeiro corpo abalou Lena como se fosse o fim dos tempos, em sua cabeça só existia espaço para a sobrinha.

— Mais rápido! — gritou Lena.

A moto seguia pela trilha de terra. Apesar de algumas derrapadas, eles chegaram no alojamento. Sem pensar duas vezes, Lena saltou da garupa e correu para um barracão. Ela não percebia a maioria dos corpos espalhadas pelo caminho, seu único pensamento era Valentina.

Com a aparição de um androide contaminado ameaçando ir atrás dela, a pistola foi sacada e vários disparos o neutralizaram. Sua busca continuava, alguns androides jogados no chão possuíam marcas de tiros, alguns cadáveres com armas próximas revelavam que a batalha foi ganha pelas máquinas.

O encontro com a sobrinha foi mais impactante do que ela esperava, suas mãos soltaram a pistola que caiu quando viu o corpo da Valentina jogado ao chão. De joelhos ela abraçou o corpo da menina e com lágrimas nos olhos não se importava com mais nada. Era como se seu mundo chegasse ao fim.

Rylan dava cobertura para ela, e com disparos ocasionais a protegeu naquele momento de desespero. Ele sabia que não poderiam ficar ali por muito tempo.

— Eu sinto muito, Lena, mas temos que sair agora! — gritou Rylan.

Ela só apertava o corpo da menina e chorava.

— Lena!

Rylan carregava a arma, seu medo era não conseguir protegê-la.

Um androide o derrubou no chão, levantou uma foice para atacá-lo. Ela pegou a pistola no chão e disparou pelas costas, ele caiu silenciado.

— Obrigado, nós temos que ir — disse Rylan.

Ainda em desespero, ela se levantou e deu a última olhada em sua sobrinha.

Alguns androides foram silenciados com tiros pelo caminho, ao ver a moto Rylan se sentiu mais tranquilo.

Ninguém sobreviveu ao ataque no alojamento, para Lena era o fim do que sobrou da humanidade.

Na moto, Lena segurava a arma enquanto saíam do parque. Quando chegaram ao lado de fora, ela colocou a pistola no coldre e apoiou a cabeça na nuca de Rylan. Chorou, pensou em tudo que viu, não queria acreditar.

Quando se aproximaram do galpão, mais fumaça, ele estava pegando fogo.

— O que está acontecendo? — perguntou Lena sem esperança.

— Eu não sei, vamos para a primeira base.

A moto seguiu para outro lugar, as lágrimas e os soluços continuavam.

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( ͡~ ͜ʖ ͡°)