O Destino dos Ex-Proprietários
Ao chegarem na mansão, Rylan estacionou em frente ao portão. Lena desceu do colo carregando o computador. Com um sorriso no rosto, ele desceu da moto e a empurrou até a porta.
— Gostaria de fazer um pedido — disse Lena.
— Sim.
— O que você acha de jantarmos hoje naquele restaurante do primeiro encontro?
— Maravilhoso.
Lena andava na direção da porta.
— Onde deixo o computador? — perguntou ela.
— Deixe no salão principal.
Ao entrar, colocou sobre a primeira mesa de centro do hall e subiu as escadas. Seu maior desejo naquele momento era um banho para tirar a poeira.
Entrou no banheiro, jogou a roupa suja com várias peças rasgadas no cesto e ligou o chuveiro. A água escorria pelo corpo e levava a terra para o ralo, começou a analisar os ferimentos causados naquela manhã.
Quando olhou para unha anelar do pé direito, não teve dúvida, em breve cairia. Por toda parte de seu corpo, ela encontrava cortes e arranhões. Quando pensou em tudo que aconteceu, ela se sentiu feliz pelo fato de estar viva. Lágrimas se misturaram com a água do chuveiro ao lembrar daqueles que partiram.
Além da terra, a água também lavou a tristeza de seu coração, Lena pensou que aquela onda de fraqueza que a atingiu era o resultado posterior da adrenalina em excesso. Com o corpo ainda dolorido, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha.
Desceu as escadas com passos mais leves e limpos.
— Preciso de roupas novas — disse Lena ao vê-lo.
— Seria muito pedir um beijo?
— Só se você for paciente, será a sobremesa.
Rylan olhava para ela, parecia perdido em seu próprio pensamento.
— Que bom que você também tomou banho — disse Lena.
— Estava difícil andar com toda aquela terra. Seu corpo se parece com o da filha do ex-proprietário da mansão, vamos conferir o armário dela.
Aquilo era errado, mas diante da situação, Lena não se opôs. Caminharam por longos corredores até chegarem ao quarto. Olhando para as fotos na parede, ela também imaginou usarem o mesmo manequim.
Lena entrou em um closet bagunçado, cheio de roupas espalhadas por todos os lados. Ela olhou para Rylan se sentindo confusa.
— Não fui o primeiro a vir aqui, alguém saqueou tudo de valor na mansão.
Eles procuraram peças de roupas para Lena no meio daqueles montes jogados pelo chão. Após separar algumas, era hora de experimentar. Rylan saiu do quarto enquanto isso. Elas serviram bem, para quem não tinha opções, era como encontrar um tesouro.
— Veja, você tinha razão — disse Lena ao sair do closet.
— Que bom, vamos voltar? — disse ele, iniciando a caminhada de retorno.
— Vamos.
— Você se machucou? — ele perguntou.
— Pouco, pensando em tudo que passamos. Meus ouvidos continuam zumbindo, e os seus?
— Os meus também. Quando cheguei, tomei remédio para dor, se quiser, podemos pegar um para você também.
Andavam lado a lado pelo corredor, Lena olhava os retratos na parede. Em uma das fotos, a filha do ex-proprietário vestia a mesma camiseta que ela usava.
— Você os conheceu? — perguntou Lena.
— Em vida, não. Quando cheguei na mansão, encontrei os corpos da família, cada um em um cômodo diferente. Como não achei sinais de que foram arrastados, acredito que morreram distantes um do outro.
— O que matou eles?
— Quando acessei os registros das câmeras de segurança, vi pessoas invadindo a mansão. As filmagens internas foram apagadas.
— Além dos problemas com as máquinas, temos que nos preocupar com as pessoas.
Sumário
Androide zumbi
Se gosta do meu texto, considere a doação via pix para ajudar a manter o site, qualquer valor será bem vindo

Caso queira ajudar e não possa contribuir com dinheiro, serei grato pelo compartilhamento. Desde já, agradeço
( ͡~ ͜ʖ ͡°)