Apenas dirigiu, o mais rápido possível. Lena segurava com força para não cair da moto, sabia que ele não estava bem. Assim que chegou, desligou a moto e ela saiu da garupa. Abriu o portão como alguém que segue um protocolo rígido, eles não trocaram olhares ou palavras.

Lena acompanhava os passos endurecidos de Rylan, sentia-se invisível e imperceptível. Ele não tinha olhos para mais nada. Entrou na sala de armas e sentou-se em frente ao computador militar.

Abriu a programação e preparava os navios para alvejar o estádio. Ela retirou a doze para fora do alcance dele.

— Rylan — disse Lena.

Ele continuava imerso na programação dos navios.

— Está me escutando? — disse Lena.

As informações já estavam quase prontas para o ataque com mísseis, não sobraria nada na região.

Lena deu um tiro no monitor.

— Está me ouvindo agora!?

Ele virou o rosto para ela, seus olhos continuavam vidrados.

— Essa merda não é um vírus, é uma rede entre as máquinas! Você pode controlar todos os androides? — perguntou Lena gritando enquanto segurava as lágrimas.

— Não todas, apenas o necessário — respondeu Rylan sem demonstrar empatia.

— Criou um apocalipse, matou uma parte da humanidade. Meus colegas no shopping, o alojamento, Valentina — Lágrimas começaram a escorrer ao pronunciar o nome da finada sobrinha. — Só me explica, por que você fez isso? — perguntou, contendo suas emoções com a arma apontada para a cabeça dele.

— Eu realizei o meu sonho.

Lena disparou.