Célio Zangalli Neto

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Androide zumbi capítulo 17

Dia de Compras

Quando chegou à escada na manhã seguinte, Lena viu todos os móveis escondidos pelos plásticos. A mobília trabalhada em madeira, curvas davam o aspecto de antiguidade, um candelabro pendurado no centro do teto da sala a fez questionar sobre como acenderiam as velas.

Desceu pelos degraus e avistou uma garrafa de café em cima da mesa que usaram para jantar. Em uma das xícaras ao lado, Lena se serviu e provou. Estava perfeito, com pouco açúcar.

A porta da sala que Rylan utilizava estava aberta, alguns sons metálicos a preocupou. Lena observou que ele dava manutenção no armamento, um mapa semelhante ao que foi perdido roubou sua atenção. O local do alojamento e da terceira base estavam riscados de vermelho.

— Bom dia, vou ao mercado hoje, vem comigo? — perguntou Rylan.

— Bom dia, não sei se minha companhia ajudaria.

— Sua presença sempre me ajuda, não gosto da solidão.

— Sei como é.

Cinco segundos de um silêncio melancólico.

— Lena, não tenho munição para sua pistola, mas tenho outros armamentos. Pegue a Glock na primeira gaveta, os pentes de munição adicional e o coldre.

Ela abriu a gaveta, mas não pegou todos os itens mencionados.

— Acho melhor levar só a pistola, não tenho habilidade com armamento. O que faço com a antiga?

— Deixe em cima do móvel, terminando aqui, eu encontro um lugar apropriado para ela.

Enquanto esperava, ela olhava para o mapa. As anotações eram similares às anteriores.

— Vamos? Tem certeza de que não levará os pentes? — perguntou Rylan.

— Tenho, não sei como trocá-los.

Rylan não insistiu, foram para próximo da moto. Empurraram até a calçada, subiram, deram partida. Foram até um mercado tão grande quanto o anterior.

Sem se preocupar tanto com o barulho, eles pararam a vinte metros da entrada. Diferente do mercado anterior, esse estava quase demolido. As portas foram arrombadas e nada as consertou. O cheiro de metal oxidado e comida podre enchia o ar, dificultando respirar. O chão pegajoso grudava nas botas a cada passo.

Fazendo da mochila uma cesta, Rylan coletava toda comida que encontrava. Eles não foram os primeiros a procurar víveres ali, isso tornava a tarefa mais desafiadora. Era necessário revirar o entulho para encontrar alimento.

— Não encontraremos muitas coisas aqui, vamos em outro lugar — disse Rylan.

— Conhece outro lugar?

— Sim, mas é afastado e mais contaminado.

Um androide se levantou do entulho que ele revirava, Lena deu dois tiros por impulso, mas não acertou a cabeça do androide.

Um tiro de doze neutralizou a máquina. O som de objetos arrastados anunciava mais androides.

— Vamos embora — disse Rylan.

Eles andavam na direção da porta quando outro androide apareceu vindo de um corredor entre as prateleiras. Os disparos imprecisos exigiam que ela atirasse várias vezes. Apesar disso, eles davam tempo para que os tiros de doze finalizassem a tarefa.

Cada disparo errado fazia seu coração afundar. Não sabia se estava tremendo de medo ou de raiva de si mesma.

Lena perdeu a conta de quantos foram neutralizados, mas eles continuavam aparecendo. Até que as balas acabaram.

— Corre! — gritou ele, a voz grave carregada de urgência.

Ele focava em atirar apenas nos que estivessem no caminho. Alguns dos androides corriam atrás deles, desesperados, chegaram até a entrada e foram para a moto.

Rylan acelerou, e o mercado ficou para trás. Um androide se agarrou em Lena e, antes que causasse qualquer dano, uma coronhada da doze na cabeça da máquina a jogou no chão.

Tremendo, Lena segurou firme no parceiro enquanto ele acelerava. O mercado desaparecia no retrovisor, mas a sensação de perigo continuava grudada nela como o cheiro do lugar. Desta vez, sobrevivera, mas sabia que precisaria estar mais preparada na próxima.

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( ͡~ ͜ʖ ͡°)