Androides Baleados
Após Rylan fechar o portão e subir na moto, Lena sentou na garupa.
— Achei que viria na frente — disse Rylan.
— Vou pensar, quem sabe depois de algumas taças de vinho.
Após risadas cheias de segundas intenções, eles seguiram para o bairro de luxo. Com dores espalhadas pelo corpo, Lena se ajeitava na garupa.
Lembranças do blindado vinham e iam enquanto o vento batia em seu rosto, abraçou Rylan procurando proteção.
Enfim, chegaram e estacionaram em frente ao salão de beleza. Lena desceu da garupa e olhou para a rua.
— O que é aquilo? — perguntou ela, apontando para alguns destroços.
— Vou descobrir, me dê cobertura.
Rylan dirigiu a moto até o entulho, olhou para ele e acelerou para próximo de Lena.
— É a Shirley, tem alguns sinais de balas espalhados pelo corpo. Suba, vamos procurar por outros sinais de conflito.
Ele dirigiu pelas proximidades. Marcas claras de novos arrombamentos deixaram Lena apreensiva. Ela lembrava do primeiro encontro com muito carinho, ver os androides que a atenderam destroçados, representou uma agressão pessoal.
— Por que eles destruíram os robôs? — perguntou Lena.
— Nem todo mundo sabe diferenciar entre os com contaminação e os sem. É mais fácil e mais seguro eliminar todos.
Ela lamentava pelas perdas, achava que aquele era um lugar seguro, talvez um dos únicos. Eles investigavam as proximidades do restaurante, havia barracas do outro lado do lago.
— Acha que naquele acampamento tem sobreviventes? — perguntou Lena.
— Sim.
— Vamos lá?
— Melhor não.
— Por quê?
— Eles estão armados, nada garante que sejam amigáveis com a gente.
Ela não estava disposta a enfrentar outro ser humano, assim como Rylan, descartou a possibilidade de interagir com eles.
— Vamos embora, esse lugar não é mais seguro — disse ele.
Não houve economia na velocidade, até parecia uma fuga. No caminho, pararam em um posto que Rylan presumia ser seguro para abastecer, ambos estavam inquietos.
— O que você acha que aconteceu? — perguntou Lena.
— Eu não sei, pensei que isso nunca ocorreria lá.
Com pesar, ela fechou os olhos e procurou alguma resposta.
— Não existe lugar seguro — lamentou Lena, lembrando do alojamento.
— Eu queria poder mudar as coisas. Tenho a impressão de que estamos correndo em círculo, o final será no ponto de partida. Posso não conseguir, mas vou seguir meu caminho. Quem sabe nós não consigamos voltar o mundo ao que era.
— A cada momento, penso que estou mais longe da humanidade.
Quando terminou o abastecimento, subiram na moto e partiram.
Sumário
Androide zumbi
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